Nike, Veste a Luta

O contexto
O Corinthians não é apenas um clube de futebol — é uma instituição cultural. Fundado por operários em São Paulo, o time há muito tempo representa resistência e inclusão. As listras pretas e brancas adotadas em 1915 foram uma declaração contra a discriminação racial. Ainda assim, nos dias de hoje, o racismo continua sendo uma realidade no futebol brasileiro. Com o lançamento do terceiro uniforme do clube, a Nike e o Corinthians enxergaram não apenas como um momento comercial, mas como uma intervenção social. A campanha foi lançada em um período de visibilidade sobre o tema do racismo no futebol, com episódios globais — como os envolvendo Vini Jr. — gerando indignação pública. Mas a indignação, por si só, não bastava. Essa iniciativa usou uma moeda cultural — o lançamento de uma camisa — para promover uma mudança cultural.

A ideia
A proposta foi transformar a camisa do Corinthians em um símbolo de compromisso antirracista. Não apenas com palavras, mas com ações. Em vez de um lançamento de produto tradicional, transformamos a camisa em um contrato social. Para comprá-la, os torcedores precisavam assinar os Termos e Condições Antirracistas. A medida orientou naturalmente os torcedores a tomarem consciência, lerem mais sobre o tema e afirmarem sua posição. A comunicação teve diversos pontos de contato: loja online, vitrines físicas, redes sociais e mídia espontânea. Influenciadores também assinaram o documento e compartilharam a iniciativa em suas redes. O clube divulgou conteúdos celebrando seus jogadores, torcedores e funcionários negros. Até mesmo jogadores de times rivais apoiaram a mensagem.

A execução
A ideia ganhou vida pela combinação inteligente de canais físicos e digitais da Nike. O ponto central da iniciativa foi o documento de Termos e Condições Antirracistas, integrado tanto na jornada de compra online quanto nas lojas físicas. No e-commerce, um pop-up guiava os torcedores por entre as cláusulas — cada uma delas com uma mensagem de conscientização racial. Nas lojas, os fãs assinavam um encarte impresso para concluir a compra. A estratégia foi expandida com apoio dos influenciadores, mídia espontânea e campanhas segmentadas nas redes sociais, especialmente no Instagram e no Facebook, com foco em alcance e relevância.

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